A metade que falta
Mais do que companheira, uma parte presente (que falta).
É inócuo dizer o quanto éramos ligadas, porque é tão evidente. Caminhamos, falamos, cantamos, rimos e choramos juntas. Uma confrontava ou complementava a outra. Crescemos nessa tônica de ambivalências, espelhamentos, contrates e tantas (incontáveis) semelhanças…
Você me mostrou o cinema nas lentes de Kubrick, Tarantino e Franz Ford Coppola. Fez-me rir escutando Seu Jorge, Rita Lee e Cassia Eller; me ensinou a gostar de comédia, rock clássico e reggae. Apresentou-me as raias da crueza e nobreza humana que Dostoiésvki moldou em Raskólnikov; o quão burlesca era a vida-e-morte de Brás Cubas e quão absurdas eram as histórias perfeitas, lineares… Também me ensinou a ser mais sincera comigo mesma e que tudo transita entre ausência e completude. Eu devo muito a você.
Ainda me lembro de acordar de manhã e te ver dormindo - a sua cama ao lado da minha. Os seus alarmes e planilhas ainda denunciam a rotina de uma menina pragmática, mas que se permitia ter algumas poucas recreções. O que mais está marcando as telas da memória são as nossas idiossincrasias cotidianas: os seus cabelos emaranhados, a sobrancelha franzida quando achava algo estranho, o sorriso largo e a gargalhada ALTAAA… Tudo é tão efêmero, mesmo nos sonhos mais eternos.
Ah, eu queria poder parar o tempo, aplacar tudo e excluir pra sempre aquele dia 12 da nossa história! Eu só queria poder te ouvir de novo, mas por enquanto, finjo que você está fazendo uma viagem longa e que, a qualquer tempo, vai atravessar a porta do quarto pra conversar comigo. Você faz muita falta.
Uma singela e incompleta homenagem à minha metade, à minha irmã gêmea Rosana Amorim (in memoriam).
É inócuo dizer o quanto éramos ligadas, porque é tão evidente. Caminhamos, falamos, cantamos, rimos e choramos juntas. Uma confrontava ou complementava a outra. Crescemos nessa tônica de ambivalências, espelhamentos, contrates e tantas (incontáveis) semelhanças…
Você me mostrou o cinema nas lentes de Kubrick, Tarantino e Franz Ford Coppola. Fez-me rir escutando Seu Jorge, Rita Lee e Cassia Eller; me ensinou a gostar de comédia, rock clássico e reggae. Apresentou-me as raias da crueza e nobreza humana que Dostoiésvki moldou em Raskólnikov; o quão burlesca era a vida-e-morte de Brás Cubas e quão absurdas eram as histórias perfeitas, lineares… Também me ensinou a ser mais sincera comigo mesma e que tudo transita entre ausência e completude. Eu devo muito a você.
Ainda me lembro de acordar de manhã e te ver dormindo - a sua cama ao lado da minha. Os seus alarmes e planilhas ainda denunciam a rotina de uma menina pragmática, mas que se permitia ter algumas poucas recreções. O que mais está marcando as telas da memória são as nossas idiossincrasias cotidianas: os seus cabelos emaranhados, a sobrancelha franzida quando achava algo estranho, o sorriso largo e a gargalhada ALTAAA… Tudo é tão efêmero, mesmo nos sonhos mais eternos.
Ah, eu queria poder parar o tempo, aplacar tudo e excluir pra sempre aquele dia 12 da nossa história! Eu só queria poder te ouvir de novo, mas por enquanto, finjo que você está fazendo uma viagem longa e que, a qualquer tempo, vai atravessar a porta do quarto pra conversar comigo. Você faz muita falta.
Uma singela e incompleta homenagem à minha metade, à minha irmã gêmea Rosana Amorim (in memoriam).
Comentários
Postar um comentário